16/03/2016 14h10
Grupo cerca Haddad para protestar por auxílio moradia
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), foi cercado na manhã desta quarta-feira, 16, durante agenda pública no Canindé, na região central da capital, por moradores de uma ocupação de Paraisópolis, na região sul, que deve passar por reintegração de posse no inÃcio de abril. O grupo cercou o prefeito até o carro oficial e protestou por auxÃlio moradia. Os gritos incomodaram Haddad, que pediu uma conversa "com respeito" e disse que os lÃderes comunitários "não conseguiriam nada desse jeito".
No ano passado, cerca de 600 famÃlias ocuparam um prédio no Parque Sanfona, local onde será construÃdo um equipamento cultural do MunicÃpio como parte do plano de urbanização de Paraisópolis. Uma decisão judicial determinou a reintegração de posse do terreno, e os moradores reivindicam aluguel social a todas as famÃlias.
Nesta terça-feira, 15, houve uma reunião entre Haddad e os lÃderes do movimento. "Eles queriam auxÃlio moradia. Nós dissemos que a legislação impede a concessão de auxÃlio moradia a não ser para famÃlias que estivessem em área de risco. A secretaria (da Habitação) mapeou as áreas de risco. Eram 93 famÃlias. Foi feito um acordo judicial de que essas 93 famÃlias receberiam um auxÃlio aluguel e as demais teriam que desocupar o terreno público para a licitação de um equipamento público", afirmou Haddad.
Os moradores defendem que são mais de 93 famÃlias em área de risco. Segundo a lÃder comunitária de Paraisópolis Juliana Oliveira, há outras 320 famÃlias com mulheres, crianças e idosos que também deveriam receber o auxÃlio.
"(Esse acordo) foi feito no Judiciário e eles (moradores) estão inconformados com essa decisão, querendo expandir (o aluguel social), contrariamente o que diz a lei, a todas as famÃlias. A legislação não permite", explicou o prefeito.
Após a reunião com os moradores nesta terça-feira, Haddad disse que pediu para o secretário municipal da Habitação, João Sette Whitaker, estudar uma alternativa que não contrarie a legislação a fim de atender toda a comunidade. O prefeito disse que até a próxima sexta-feira, 18, dará um posicionamento à s famÃlias sobre as possibilidades legais de suporte social.
Segundo Haddad, porém, a reivindicação do grupo, que exige auxÃlio a todos os moradores da ocupação, já foi descartada. "Não posso contrariar a lei e dar auxÃlio aluguel para ocupação de espaço público porque, se eu abrir essa possibilidade, vou abrir um precedente em que milhares e milhares de famÃlias vão pode reivindicar a mesma coisa. O próprio juiz entendeu isso e concordou", disse.
Juliana afirmou que o grupo de moradores tomou a decisão de marcar presença em todas as agendas do prefeito até que o impasse seja resolvido. "Não dar aluguel social para todas as famÃlias é pedir para que elas voltem para as áreas de risco", defendeu a lÃder comunitária.
Fonte: Estadão Conteúdo