17/01/2016 20h00
Menino que não conseguiu coração por falta de transporte morre em Brasília
Um menino de 12 anos morreu em BrasÃlia após não conseguir fazer um transplante de coração por falta de uma aeronave para transportar o órgão. No primeiro dia do ano, a Central Nacional de Transplantes localizou um coração compatÃvel em Minas Gerais, mas a Força Aérea Brasileira (FAB) alegou que não tinha avião disponÃvel para fazer o voo até o Distrito Federal.
Devido à gravidade de seu estado de saúde, G.L.A estava na lista nacional de espera por um transplante em caráter prioritário. O coração do doador estava em Itajubá, a 40 minutos de carro de Pouso Alegre, cidade mais próxima com pista de pouso para aviões. A FAB informou que não pôde atender ao pedido "por questões operacionais".
O garoto estava internado no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal e a famÃlia não autorizou a divulgação de informações sobre seu prontuário médico.
A assessoria de imprensa do Ministério da Saúde destacou a dificuldade logÃstica para realização do procedimento, considerando que, do momento da retirada do coração do peito do doador até o seu implante no receptor, não pode ultrapassar quatro horas, sob risco de insucesso do transplante. "Esse exÃguo tempo (chamado tecnicamente de tempo de isquemia fria) dificulta a realização da retirada e do transplante em casos em que o potencial doador se encontra no interior do PaÃs, como o ocorrido no dia 1º de janeiro".
Em nota, o Ministério da Saúde ressaltou a colaboração da FAB e a parceria com empresas de aviação civil no transporte gratuito de órgãos para transplante. Já a FAB lembrou que tem acordo de cooperação técnica com o Ministério da Saúde desde 2013 para priorizar o transporte de órgãos e tecidos, colaborando assim para ampliar o número de transplantes no PaÃs.
"Além dessas atribuições, a FAB realiza o transporte de órgãos em aproveitamento de missões militares, de acordo com a disponibilidade e considerando aspectos operacionais. No dia 1º de janeiro, a FAB não pôde atender ao pedido por questões operacionais", disse o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica.
Fonte: Estadão Conteúdo