18/06/2015 15h50
Moradores começam a sair de condomínio com rachaduras na zona sul de SP
As famÃlias de moradores do conjunto habitacional Guarapiranga, no Jardim Santa Efigênia, zona sul de São Paulo, começaram a deixar o imóvel na manhã desta quinta-feira, 18. Embora a decisão judicial determinasse que todos os 150 moradores deixassem o prédio hoje, a Prefeitura acordou saÃda escalonada com eles, que deverão deixar o local aos poucos até o sábado, 20.
Tomado por rachaduras e sob risco de desabamento, o conjunto habitacional, construÃdo pela Prefeitura em 2003, está interditado desde março pela Defesa Civil. O prédio foi construÃdo para abrigar famÃlias que moravam em uma favela onde hoje fica o Terminal Guarapiranga.
Duas viaturas da Guarda Civil Metropolitana estavam paradas na frente do condomÃnio, no inÃcio da tarde, para evitar que as famÃlias que saÃram voltassem ao local. O destino dos moradores é incerto - alguns foram para casa de parentes ou de amigos. A Prefeitura afirmou que designará um abrigo temporário em um centro esportivo no bairro Santo Amaro, com colchões, cobertores e comida, mas até agora ninguém aceitou ir ao local.
O porteiro Alexandre Manoel, de 35 anos, foi um dos que deixou o condomÃnio na manhã. "Acabei de arrumar um local para por a minha famÃlia", disse, sem dar detalhes. Segundo o morador, a saÃda, que teve inÃcio por volta das 5h, foi pacÃfica. "Não posso falar nada da polÃcia, só ficaram fazendo o trabalho deles e não houve agressividade". Ele afirmou que nenhum dos moradores pretende ir para o abrigo. "Ninguém vai para lá não. Estão procurando parentes, se virando como podem".
Na mesma decisão judicial que exige a saÃda dos moradores, o juiz Luiz Felipe Ferrari Bedendi, da 4ª Vara de Fazenda Pública, determinou que a Prefeitura pague mensalmente R$ 1.100 à s famÃlias com apartamento de um dormitório e R$ 1.200 à s que têm imóvel de dois quartos. O cálculo do magistrado foi feito com base em um levantamento de preços de aluguéis na região. A administração municipal, no entanto, vai recorrer da decisão para destinar aos moradores o mesmo valor pago a outras famÃlias assistidas pelo auxÃlio-aluguel: R$ 400.
Fonte: Estadão Conteúdo