10/12/2015 17h42
MPE vai entrar com ação na Justiça contra Vale e BHP
O Ministério Público Estadual (MPE) em Mariana vai entrar com ação civil pública na Justiça contra a Vale e a BHP Billiton para garantir o pagamento de indenização a vÃtimas do rompimento da barragem da Samarco - controlada pelas duas empresas - no distrito de Bento Rodrigues.
A decisão foi tomada depois que a Samarco se recusou a assinar Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), proposto pelo MPE no municÃpio, que tinha como objetivo, conforme os procuradores, "atender com maior eficiência e rapidez à s demandas dos atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão, tendo em vista as inúmeras reclamações e notÃcias de violações de direitos que continuavam a chegar na promotoria de Justiça de defesa de direitos humanos".
É a primeira vez, desde o rompimento da represa de rejeitos de minério de ferro da Samarco em Mariana, que suas controladoras terão que responder pelo desastre.
As negociações para que o acordo fosse concretizado tiveram inÃcio em 1º de dezembro. A última tentativa para que a Samarco assinasse o termo ocorreu na quarta-feira, 9. "Diante dessa posição da empresa, que causa enorme insegurança jurÃdica à s vÃtimas, o Ministério Público decidiu ajuizar, nesta data, ação civil pública em face das empresas Samarco, Vale e BHP Billiton, para garantir todos os direitos das vÃtimas afetadas pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana", afirmaram os procuradores em nota.
O texto segue afirmando que "entendeu-se que a Vale é solidariamente responsável pelos eventos, pois há provas de que a empresa usava a barragem de Fundão para depositar rejeitos da mina do complexo de Alegria, conforme depoimentos prestados por engenheiros da própria Samarco, comprovado ainda por um laudo do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Por sua vez, a BHP Billiton lucrou com o uso indevido da barragem, tornando-se corresponsável nos termos da chamada 'teoria do risco-proveito'". A reportagem ainda não conseguiu contato com a BHP Billiton.
A ação, assinada pelos promotores Paulo César Vicente de Lima, da Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais, NÃvia Mônica da Silva, do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Direitos Humanos, e Guilherme de Sá Meneghin, responsável pela Comarca de Mariana, tem efeito exclusivo sobre a população do municÃpio. A Vale não retornou contato feito pela reportagem.
Fonte: Estadão Conteúdo