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05/11/2016 10h06

MPF aponta risco na maioria das barragens no País

Um levantamento feito pelo Ministério Público Federal (MPF) em 397 barragens de mineração do Brasil revela que mais de 50% dessas estruturas têm potencial de causar danos similares ou ainda piores ao ocorrido um ano atrás no rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG).

A apuração, feita com base em informações do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), avaliou barragens de mineração em 16 Estados do País. O mapeamento aponta que 60% dessas barragens com maior potencial de dano ficam em Minas Gerais.
As estruturas são classificadas em categorias que vão de "A" a "E" (menor risco), conforme o dano potencial associado. A barragem da Samarco, por exemplo, que rompeu há exatamente um ano, era classificada como "C", sendo considerada uma estrutura com alto dano potencial, mas de risco baixo.

De acordo com o trabalho executado pelo MPF, as análises das primeiras informações recebidas do DNPM apontaram falhas na fiscalização dos empreendimentos, por causa da falta de estrutura e legislação defasada, que não traz garantia financeira, regularidade ambiental e redução de resíduo.

"Estruturalmente, nada foi feito para que essa situação mudasse, ou seja, é possível, sim, que haja novas tragédias", disse o ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho. O ministro afirmou que o governo e o Legislativo têm de tirar "lições" da tragédia de Mariana, para que tomem ações efetivas de prevenção, como aperfeiçoamento da legislação e aumento da fiscalização.

Segundo o procurador da República Darlan Airton Dias, o levantamento está em análise, mas já foi possível verificar que algumas barragens não têm plano de segurança. Em outras situações, os planos são falhos. Há ainda casos em que o DNPM não verificou os planos de segurança e emergência. O MPF fez recomendações ao DNPM para que corrija as falhas.

Ontem, o Ibama informou que a Samarco recebeu uma nova multa, de R$ 500 mil por dia, por descumprir medidas de prevenção e de contenção em casos de dano ambiental. A empresa já foi notificada 68 vezes e recebeu sete autos de infração do Ibama em um ano. Procurada pela reportagem, a Samarco confirmou o recebimento da multa e informou que "estuda as medidas cabíveis".

Engodo

A Fundação Renova, criada para reparação de danos ambientais e sociais provocados pela lama da Samarco, quer pagar R$ 1 mil a cada morador de Governador Valadares como indenização pelo rompimento de Fundão.

O Ministério Público classificou a proposta como "engodo". A fundação tem entre seus integrantes a Samarco e suas controladoras, Vale e BHP Billiton, União e governos de Minas e Espírito Santo. Os recursos, no entanto, sairão das empresas.

A principal crítica que o MP faz é que ao aceitar o acordo se dará "irrevogável quitação de todos os danos patrimoniais e extrapatrimoniais". Existem hoje na justiça em Valadares cerca de 23 mil ações individuais por danos. A Fundação alega que o objetivo é "ressarcir os impactados de maneira ágil, em comum acordo e sem os trâmites e custos de uma ação judicial". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Estadão Conteúdo
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