15/01/2015 10h10
Nível de oceanos subiu 30% mais do que se previa
Do inÃcio do século 20 até a década passada, o nÃvel dos oceanos subiu em ritmo 30% maior do que se imaginava, de acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Harvard (Estados Unidos).
A pesquisa, publicada na quarta-feira, 14, na revista Nature, confirmou as estimativas anteriores de que o mar subiu 3 milÃmetros por ano nas últimas duas décadas. Mas, enquanto as avaliações mais antigas apontavam para uma elevação de até 1,8 milÃmetro anual entre 1900 e 1990, o novo estudo indica que o nÃvel do mar subiu apenas 1,2 milÃmetro por ano naquele perÃodo. Segundo os autores, isso significa que a aceleração do aumento de nÃvel dos oceanos tem sido muito maior do que se imaginava.
"O problema é maior do que pensávamos inicialmente", disse um dos autores do estudo, Eric Morrow, do Departamento de Ciências Planetárias e da Terra de Harvard. Segundo ele, a conclusão é preocupante. "Isso significa que vários dos nossos modelos de previsão têm calibração inadequada. Assim, os novos dados nos farão questionar a precisão das projeções feitas para o fim do século 21."
Para obter estimativas mais precisas sobre o nÃvel global dos oceanos desde o inÃcio do século 20, os autores avaliaram o fenômeno de uma nova perspectiva. Em simulações com métodos estatÃsticos, levaram em consideração dados da era do gelo - cujos efeitos ainda afetam o mar -, padrões de circulação dos oceanos, efeitos do aumento da temperatura global e o derretimento irregular dos mantos de gelo no planeta.
De acordo com Carling Hay, coautora do estudo, também do EPS, as estimativas normalmente são criadas a partir da divisão dos oceanos em sub-regiões e da coleta de dados de marégrafos - instrumentos usados para medir as variações das marés - em cada área. A partir desses registros, os cientistas calculam médias de elevação do nÃvel dos mares em cada região. Esses dados são então reunidos para se chegar a uma estimativa da média global. "Mas essas médias simples não são representativas do valor médio global."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Estadão Conteúdo