17/04/2022 16h10
OMS monitora casos de hepatite aguda de origem desconhecida em crianças do Reino Unido
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou na sexta-feira, 15, monitorar "de perto" o surgimento de casos de hepatite aguda de origem desconhecida em crianças. 74 já foram identificados e são investigados desde janeiro pela Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA, na sigla em inglês). A OMS não recomenda restrição de viagem a paÃses com casos e destaca que a prioridade é identificar a causa da infecção.
Hepatites virais são infecções que atingem o fÃgado, na maior parte das vezes são silenciosas. Pode haver manifestação de sintomas, como cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados (icterÃcia).
De acordo com a OMS, nos casos do Reino Unido, testes laboratoriais descartaram os vÃrus da hepatite A, B, C, D e E. O quadro das crianças europeias é de infecção aguda. Muitos apresentam icterÃcia, que, por vezes, é precedida por sintomas gastrointestinais, principalmente em pequenos até 10 anos. Alguns dos pacientes precisaram ser transferidos para unidades especializadas de fÃgado infantil e seis precisaram de transplante. Nenhuma morte foi registrada até 11 de abril.
Após o alerta do Reino Unido, Irlanda e Espanha também notificaram casos confirmados e suspeitos, segundo a OMS. As autoridades desses paÃses investigam.
Entre os casos do Reino Unido, muitos apresentavam infecção por adenovÃrus (famÃlia de vÃrus comuns que, em geral, causam doenças leves) ou pelo vÃrus causador da covid-19, disse a OMS. Recentemente, houve aumento na atividade de adenovÃrus na região, que cocirculam com o SARS-CoV-2. Por mais que sejam investigados como causas potenciais, o papel desses vÃrus na patogênese (mecanismo pelo qual a doença se desenvolve) ainda não está claro.
Nenhum outro fator de risco epidemiológico foi identificado, incluindo viagens internacionais recentes. A UKHSA informou não haver vÃnculo com a vacina contra covid - nenhum dos casos confirmados recebeu imunizante.
"Medidas convencionais de higiene, como boa lavagem das mãos e higiene respiratória, ajudam a reduzir a propagação de muitas das infecções que estamos investigando", destacou, em nota, Meera Chand, diretora de Infecções ClÃnicas e Emergentes da UKHSA. Ela pediu que pais e responsáveis fiquem atentos a sinais de hepatite e contatem profissionais de saúde preocupados.
Segundo a OMS, como há tendência crescente de casos desde o mês passado no Reino Unido, além de busca extensa, é provável que ocorram mais confirmações antes que a etiologia (causa) seja identificada. A organização encorajou paÃses a identificarem, investigarem e notificarem casos potenciais.
Fonte: Estadão Conteúdo