24/05/2022 11h20
Operação da polícia deixa 11 mortos em Vila Cruzeiro, na zona norte do Rio
Pelo menos onze pessoas morreram e outras duas ficaram feridas na manhã desta terça-feira, 24, na Vila Cruzeiro, na Penha, bairro da zona norte do Rio, durante operação conjunta do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PolÃcia Militar (PM), da PolÃcia Federal (PF) e da PolÃcia Rodoviária Federal (PRF).
A PM diz que foi recebida a tiros quando iniciava uma "operação emergencial" com o objetivo de prender chefes de uma facção criminosa que estariam escondidos na comunidade. Segundo a polÃcia, chefes de outras favelas, como Jacarezinho, Mangueira, Providência, Salgueiro e até de Estados do Norte e do Nordeste do Brasil estariam abrigados na Vila Cruzeiro.
A polÃcia afirmou também que dez dos mortos eram suspeitos. A décima primeira vÃtima seria Gabriele Ferreira da Cunha, de 41 anos, atingida por uma bala perdida. As autoridades informaram que uma perÃcia será feita no local onde a moradora foi morta, mas não onde as outras pessoas foram atingidas.
Segundo moradores, a operação começou pouco depois das 4 horas da manhã, com o apoio de um helicóptero blindado. Por causa da operação, onze escolas da região foram fechadas. Os confrontos se concentraram na parte alta da Vila Cruzeiro, perto de uma área de mata. Foram apreendidos onze fuzis, quatro pistolas e uma granada, além de dez motocicletas e seis carros.
O porta-voz da PM, major Ivan Blaz, em entrevista à TV Globo, lamentou a morte de Gabriele. "Foi a perda de uma vida inocente", afirmou. "A gente não vai ter um grande êxito numa operação quando temos a morte de uma inocente." No entanto, disse Blaz, "infelizmente é necessário que a gente faça uma operação como essa. Não é normal criminosos atuarem nessas comunidades com armas de guerra".
Conforme a PM, a operação foi feita em caráter emergencial depois que a polÃcia detectou que havia uma reunião de chefes do Comando Vermelho na comunidade. "Estamos falando de uma facção criminosa que é responsável por mais de 80% dos confrontos armados do Rio", disse.
"Essa facção que atua na Vila Cruzeiro, no Jacarezinho, no Chapadão e em Salgueiro, tem uma polÃtica expansionista, é uma ideologia de guerra, de enfrentamento e de confronto. Não só contra as forças policiais, mas também contra outras quadrilhas, Não bastasse isso, eles agora estão hospedando criminosos de outros Estados que, daqui do Rio, dão ordens para que homicÃdios sejam cometidos em outras regiões do PaÃs. Desarticular essa quadrilha é fundamental e, logicamente, a vÃtima inocente morta no inÃcio da operação tira a ação altruÃsta que tÃnhamos", acrescentou o major.
Fonte: Estadão Conteúdo