22/04/2015 18h20
Pesquisadores iniciam estudo de titanossauro encontrado em Marília
Pesquisadores da Universidade de BrasÃlia (UnB) começam a se debruçar sobre os ossos de um dinossauro que viveu há 70 milhões de anos e foi achado na região de MarÃlia. Depois de cinco anos de um trabalho que envolveu a retirada do material fossilizado das rochas, a proteção dos fragmentos com gesso e o transporte até o campus de Planaltina, no Distrito Federal, o fóssil do titanossauro de MarÃlia, está pronto para a pesquisa.
De acordo com o paleontólogo Rodrigo Miloni Santucci, que coordena os trabalhos, serão necessários cinco anos para analisar os ossos e compará-los com o de outros dinossauros. Ao final, serão usados recursos de impressoras 3D para montar réplicas do gigante, antes de devolver a ossada ao Museu de Paleontologia de MarÃlia.
O esqueleto foi encontrado em 2009 pelo pesquisador William Nava, coordenador do museu, ao lado da rodovia Comandante João Ribeiro de Barros. De acordo com Santucci, para retirar os ossos foi necessário remover cinco toneladas de pedras com o uso de tratores e britadeiras. O trabalho se estendeu até 2012.
O local ficou protegido até que saÃsse o financiamento para a escavação. As escavações revelaram que boa parte do esqueleto do réptil ancestral estava intacta, como crânio, vértebras do pescoço, tronco, fêmur, cauda e ossos da costela. Os blocos de rocha foram levados inicialmente para o museu. A transferência para BrasÃlia para facilitar os estudos ocorreu em março deste ano.
A análise da ossada permitirá comparar o titanossauro de MarÃlia com outros dinossauros e definir se a espécie já é conhecida. Também pode ajudar a conhecer melhor o ambiente em que esses animais viviam e, com sorte, dar alguma pista sobre o que levou à extinção desses seres. Há marcas de raÃzes e plantas nas rochas que envolviam os ossos.
Além da UnB, participam do projeto, apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento CientÃfico e Tecnológico (CNPq), pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRG). Em todo o mundo são conhecidas 50 espécies desse dinossauro e fósseis de dez delas foram achados no Brasil. Os titanossauros se alimentavam de plantas e tinham, em média, 15 metros de comprimento por 2,5 de altura, além de um pescoço de 4 metros, chegando a pesar dez toneladas.
Fonte: Estadão Conteúdo
