29/07/2022 09h30
Prefeitura de SP confirma três primeiros casos de varíola dos macacos em crianças
A Prefeitura de São Paulo confirmou o registro até o momento de três casos de varÃola dos macacos (monkeypox) em crianças no municÃpio. São as primeiras notificações no público infantil. Conforme informou a Secretaria Municipal da Saúde, todas estão em monitoramento, sem sinais de agravamento. No último sábado, 23, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou que a doença é uma emergência de saúde pública, de caráter global. A entidade levou em consideração o cenário "extraordinário" da doença, que já chegou a mais de 70 paÃses.
De acordo com o municÃpio, com a nova realidade internacional, "busca-se aumentar a coordenação entre os paÃses e reforçar os mecanismos de busca ativa, com o objetivo de implementar medidas que ajudem a conter a circulação do vÃrus", disse em nota.
Desde os primeiros alertas da OMS para a doença, a secretaria afirma que instituiu protocolos para toda a rede pública e privada para o atendimento dos casos suspeitos. O órgão mantém operação de atendimento, diagnóstico e monitoramento.
Segundo a pasta, a rede pública conta com insumos para coleta de amostras das lesões cutâneas (secreção ou partes da ferida seca) para análise laboratorial.
"O atendimento para os casos suspeitos de monkeypox está disponÃvel em toda a rede municipal de saúde, como Unidades Básicas de Saúde (UBSs), pronto-socorros e pronto atendimentos.", acrescentou a secretaria.
Em uma semana, o Brasil registrou um crescimento de 65% nas notificações de varÃola dos macacos. Na quarta-feira, 27, os registros chegaram a 978 casos confirmados, conforme dados do Ministério da Saúde. Há uma semana, eram 592. São Paulo é o Estado com mais registros (744), seguido do Rio (117) e de Minas Gerais (44).
Surgimento dos casos
O primeiro caso europeu foi confirmado em 7 de maio em um indivÃduo que retornou à Inglaterra da Nigéria, onde a varÃola dos macacos é endêmica. Desde então, paÃses da Europa e da Ãsia, assim como Estados Unidos, Canadá e Brasil, confirmaram casos.
Transmissão
Identificada pela primeira vez em macacos, a doença viral geralmente se espalha por contato próximo e ocorre principalmente na Ãfrica Ocidental e Central. Raramente se espalhou para outros lugares, então essa nova onda de casos fora do continente causa preocupação. Existem duas cepas principais: a cepa do Congo, que é mais grave, com até 10% de mortalidade, e a cepa da Ãfrica Ocidental, que tem uma taxa de mortalidade de cerca de 1%.
O vÃrus pode ser transmitido por meio do contato com lesões na pele e gotÃculas de uma pessoa contaminada, bem como através de objetos compartilhados, como roupas de cama e toalhas. O perÃodo de incubação da varÃola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias.
Sintomas
Os sintomas se assemelham, em menor grau, aos observados no passado em indivÃduos com varÃola: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas durante os primeiros cinco dias. Erupções cutâneas (na face, palmas das mãos, solas dos pés), lesões, pústulas e, ao final, crostas. Segundo a OMS, os sintomas da doença duram de 14 a 21 dias.
Prevenção
Segundo o Instituto Butantan, entre as medidas de proteção, autoridades orientam que viajantes e residentes de paÃses endêmicos evitem o contato com animais doentes (vivos ou mortos) que possam abrigar o vÃrus da varÃola dos macacos (roedores, marsupiais e primatas) e devem se abster de comer ou manusear caça selvagem.
Higienizar as mãos com água e sabão ou álcool gel são importantes ferramentas para evitar a exposição ao vÃrus, além do contato com pessoas infectadas. A OMS afirma trabalhar em estreita colaboração com paÃses onde foram relatados casos da doença viral.
Fonte: Estadão Conteúdo