30/11/2015 17h57
Rio tem número recorde de casos de microcefalia
O Rio de Janeiro tem 21 casos de microcefalia diagnosticados este ano - 15 deles entre os meses de julho e novembro, informou a Secretaria de Estado de Saúde. O número supera a média histórica anual do Estado (13) e o recorde de 2013, quando 19 bebês foram identificados com a má-formação. Todos os casos estão sendo investigados e não foi possÃvel ainda identificar se algum deles tem relação com o zika vÃrus.
Os dados foram atualizados pelo Rio nesta segunda-feira, 30, por isso são diferentes dos divulgados pelo Ministério da Saúde para o Rio de Janeiro, que levava em conta os dados disponÃveis até a semana passada.
O zika começou a circular no Rio em abril. Desde o dia 18, tanto a rede pública quanto a privada tem de fazer a notificação obrigatória de grávidas com manchas vermelhas no corpo (exantemas). Houve 75 casos de pacientes com esses sintomas no Estado. O exame de uma mulher, no segundo trimestre de gestação, deu positivo para zika vÃrus. Ainda não há evidência se o bebê tem microcefalia.
"Até o momento o bebê não tem microcefalia. A notificação compulsória nos permite acompanhar a gestação e avaliar o desfecho. Poderemos fazer melhor correlação entre o momento em que a mãe foi infectada e alterações precoces ou tardias no feto", afirmou o subsecretário de Vigilância Sanitária, Alexandre Chieppe.
Ele alertou que mulheres na primeira metade da gravidez devem intensificar os cuidados para proteção contra os mosquitos transmissores da zika (Aedes aegypti e Aedes albopictus), principalmente na parte da manhã e no fim da tarde, quando esses insetos têm atividades mais intensa.
"Estamos preocupados com o que está acontecendo. Não há nada na literatura cientÃfica que explique o que está acontecendo. O Brasil é o primeiro local com população desse tamanho em que o vÃrus está circulando com essa força. Não há na literatura cientÃfica artigo que explique a ligação entre zika e microcefalia", afirmou Chieppe.
A notificação para sÃndromes neurológicas, como a de Guillain-Barré, também se tornou obrigatória no Estado por causa de registros da doença em pacientes que tiveram zika na Polinésia Francesa e na Bahia. De acordo com Chieppe, não houve aumento dos casos de sÃndromes neurológicas e nenhum ligado à zika, até agora. Houve um caso de Guillain-Barré com relato de manchas vermelhas pelo corpo, mas ainda não houve confirmação pelo zika.
Fonte: Estadão Conteúdo