15/03/2016 07h35
Saúde quer apressar teste de microcefalia
Diante do atraso na confirmação de casos de microcefalia e da demora na concessão de benefÃcio de um salário mÃnimo para crianças com a má-formação nascidas em famÃlias de baixa renda, o governo federal lança nesta terça-feira, 15, plano para reduzir a espera. Ele prevê repasses de R$ 10,9 milhões aos Estados.
Os recursos extras serão usados num plano que prevê identificar e localizar bebês com suspeita da doença, levá-los a centros de diagnóstico e, se necessário, achar hospedagem até que todos os exames sejam feitos. Os recursos serão destinados segundo o número de casos suspeitos. Assim, Pernambuco, o Estado com maior número de casos em investigação (1.455), vai receber a maior fatia: R$ 3,2 milhões. A confirmação dos casos é o primeiro passo para que o benefÃcio, previsto em lei, seja concedido para as crianças.
Simultaneamente, o Instituto Nacional do Seguro Nacional (INSS) inicia uma força-tarefa para tentar dar vazão ao acúmulo de pedidos do BenefÃcio de Prestação Continuada já feitos. A estimativa é de que tenham sido agendados pelo menos 2 mil pedidos do benefÃcio para crianças de até um ano. Não há como saber quanto desse total foi feito por representantes de crianças com microcefalia, muito menos quantos casos têm relação com zika.
Para integrantes do INSS, no entanto, uma coisa é certa: pedidos feitos nessa faixa etária aumentaram de forma significativa nos últimos meses. O crescimento estaria ligado à explosão de casos de microcefalia. O mutirão foi feito em quatro capitais com mais registros suspeitos da má-formação: Fortaleza, Salvador, Recife e São LuÃs. Não há um balanço sobre quantos casos foram resolvidos, mas a intenção é repetir a iniciativa nas próximas semanas.
BenefÃcio
O BenefÃcio de Prestação Continuada é concedido para pessoas com deficiências de qualquer idade integrantes de famÃlias cuja renda per capita não seja superior a um quarto de salário mÃnimo (R$ 220). Além de pessoas com deficiências - onde a microcefalia pode ser incluÃda -, o benefÃcio é dado a idosos que não contribuÃram para a Previdência Social. O valor do benefÃcio é de um salário mÃnimo (R$ 880). A cada dois anos, o beneficiário tem de passar por nova perÃcia.
No caso da microcefalia, a concessão do benefÃcio tem de ser precedida por laudo médico e por perÃcia, que vai comprovar que a criança é impossibilitada de fazer uma série de atividades. Mães de bebês, no entanto, queixam-se da demora na concessão do benefÃcio.
O governo admite a demora, mas afirma que, em alguns casos, bebês com suspeita de microcefalia acabam não retornando para os exames confirmatórios. "Não sabemos ainda as razões, mas o fato é que há vários relatos de mães que não retornam ao serviço para ter o diagnóstico do bebê concluÃdo", disse o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças TransmissÃveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch.
Uma das causas mais prováveis é a dificuldade de acesso, a falta de transportes e de recursos para se deslocar de casa até o serviço de saúde. A secretária Nacional de Assistência Social do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Ieda Castro, afirmou que todo o passivo de casos suspeitos de microcefalia só deve ser zerado em dezembro deste ano.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Estadão Conteúdo