27/11/2015 07h27
Três semanas após acidente com barragens, Samarco não pagou auxílio a famílias
Completadas três semanas do rompimento das barragens da Samarco, a mineradora ainda não começou a pagar auxÃlio financeiro para as 296 famÃlias de Mariana que tiveram suas casas destruÃdas pela lama. O pagamento é uma recomendação do Ministério Público Estadual, feita no dia 8. A empresa não se pronunciou sobre o atraso.
A falta de dinheiro faz com que as famÃlias fiquem totalmente dependentes da alimentação, do vestuário e do transporte fornecido pela mineradora, nos hotéis onde os atingidos estão acomodados, e pelo poder público, que encaminha as toneladas de donativos.
"Eu trabalhava na rua, como pedreiro, lá em Bento Rodrigues (distrito de Mariana destruÃdo pela lama). Dependo de tudo deles. Estão começando a colocar famÃlias em casas, vendo o lugar para ir, e a turma está começando a se mudar. Mas, dinheiro, até agora, ninguém falou nada", conta Marcos Eufrásio Messias, de 38 anos, que está hospedado em um hotel no centro histórico da cidade com seis parentes.
Os trabalhadores informais e autônomos são os que mais estão dependentes da empresa e evitam fazer crÃticas diretas à Samarco. Alguns moradores de Bento Rodrigues, porém, eram funcionários das empresas que prestavam serviços à mineradora e continuam a receber o salário, mantendo poder de decisão sobre o que consumir e até onde morar. "Já me levaram para conhecer duas casas. Mas não era nada bom. Como você vai morar em um lugar onde não tem espaço nem para secar uma roupa? Então, decidimos esperar que eles nos mandassem para algum lugar onde possamos ficar", conta Sebastião Cláudio, de 42 anos, hóspede do mesmo hotel de Messias.
A falta de dinheiro preocupa principalmente quem tem prestações e contas para pagar, segundo conta o defensor público da União Bruno VinÃcius Batista Arraes, enviado para coordenar um posto avançado instalado em Mariana. "Temos dado assessoria para essas famÃlias e orientado sobre os caminhos a para ter acesso a benefÃcios federais que já foram disponibilizados", afirma.
A Samarco havia apresentado um cronograma para a retirada das famÃlias dos hotéis dando prazo de término do processo até fevereiro do ano que vem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Estadão Conteúdo