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por Bebeto Andrade,
de Cruzília/MG
Cruzília quase sempre se ressentiu da falta de eventos culturais, embora a cidade já tenha sido chamada de “capital da cultura” regional. Há vários anos o Festival de Música Popular parece concentrar a atenção e os investimentos da secretaria de cultura, a ponto de se tornar o único grande destaque da agenda cultural. A tradição e o sucesso do Festival justificam o tratamento diferenciado que ele recebe das administrações, mas convenhamos que é pouco para uma cidade que pretende figurar com honra no roteiro turístico e cultural da região.
A ausência de shows de grande apelo popular é uma reclamação comum entre cruzilienses e, diga-se de passagem, pertinente. Não são poucas as vezes que pequenas multidões se deslocam de Cruzília para cidades vizinhas, onde artistas de renome nacional se apresentam, e é claro que essa lacuna não deixa ninguém satisfeito. Sem dúvida, a organização de shows na cidade teria uma dupla vantagem: corresponder ao interesse da população e atrair visitantes.
Agora, louve-se a Secretaria de Cultura pela organização do “I Café com Arte”, exposição de trabalhos e apresentação de artistas cruzilienses. Realizado na Escola Estadual São Sebastião, nos dias 17, 18 e 19 de maio, o evento reuniu crianças, jovens e adultos para um encontro com a arte produzida aqui na cidade, da dança ao artesanato, da pintura à música, passando pela literatura, teatro, documentário e – grata surpresa – pela moda. Sim, moda: havia no salão jovens modelos vestindo roupas criadas e confeccionadas pela Marilda Junqueira.
É um grande avanço. O importante agora é fixar o “Café com Arte” na agenda cultural de Cruzília, e se possível transformá-lo numa viva celebração do talento cruziliense. É claro que a cidade anseia um grande Festival de Música e shows populares, mas a organização do ‘Café com Arte” demonstrou que se deve olhar com carinho e admiração para os artistas da terra.
Ah, sim, o café e as quitandas estavam ótimos, mas se houvesse uma cervejinha estupidamente...
