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Opinião
19/09/2013 11h30

O jeito Felipão de ser

Bebeto Andrade fala do jeito duro to técnico da nossa Seleção Brasileira.

por Bebeto Andrade,

de Cruzília/MG

 

Vocês já ouviram falar do jeito Felipão de ser? Explico. Luís Felipe Scolari, o Felipão, é treinador da seleção brasileira, nasceu no Rio Grande do Sul e foi zagueiro do Aimoré de São Leopoldo, o que não é pouca coisa. Seu talento é inegável: campeão do mundo com o Brasil na Copa do Japão e Coreia do Sul, assumiu a seleção portuguesa em 2003 e no ano seguinte quase faturou a Eurocopa. Aqui no país, ganhou vários títulos e se consagrou, e hoje é um dos profissionais mais respeitados do futebol mundial. Com um currículo desse, no entanto Felipão é um homem de poucas palavras e menos sorrisos, e seu gesto mais expansivo costuma ser um tapinha que dá no boné na hora das entrevistas.

O leitor dirá que Felipão é um homem sério, que seriedade combina com competência e isto é o que não falta ao treinador. Tudo bem, mas precisa olhar pra torcida com cara de gaúcho da fronteira que perdeu a embocadura do cavalo? Felipão não relaxa, não conta uma piada e dizem que exige traje esporte completo nos churrascos que promove em casa. Como a nação anda cansada da picaretagem e da falta de modos dos políticos em geral, a voz enérgica e o grave bigode do Felipão têm agradado o público.

Mas o jeito Felipão de ser também inclui alguma infantilidade. Durante a recente Copa das Confederações, o próprio treinador disse que não adiantava a torcida pedir a entrada do atacante Lucas, porque aí é que ele não colocava mesmo. O povo gritava o nome do jogador, Felipão ouvia e parecia dizer consigo:

- Agora é que eu não ponho, agora é que eu não ponho...

Em Cruzília, o estilo Felipão tem feito escola. Alguns vereadores e membros do executivo andam muito sérios, sempre atarefados e, quando o povo pede alguma coisa, parecem dizer lá com seus botões:

- Agora é que eu não faço...

Na internet, por exemplo, as pessoas pedem informações ou explicações sobre alguns fatos, e a resposta é um olímpico silêncio. Parece não haver interesse em divulgar projetos e ações que afetam toda a comunidade, e justamente agora em que a comunicação é ampla, geral, irrestrita e em tempo real.

Pode ser que nossos representantes e administradores sejam tão competentes quanto Felipão, mas é preciso ter um pouco mais de jogo de cintura na hora de lidar com a população. Afinal, política é diferente de futebol, e nas próximas eleições o eleitor pode simplesmente dizer:

- Agora é que eu não voto...

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