14/03/2017 14h06
Com repercussão negativa, deputados falam em votar contra anistia ao caixa 2
Na semana em que lÃderes partidários começam a discutir o financiamento de campanhas eleitorais, deputados vieram à público se posicionar contra a anistia ao caixa 2. Diante da repercussão negativa, parlamentares disseram que votarão contra a proposta. O lÃder do PPS, Arnaldo Jordy (PA), disse que o Congresso estará cometendo um equÃvoco ao aprovar uma medida que passará a convicção de que a regra servirá para "livrar" os envolvidos na Operação Lava Jato e que isso deixará a sociedade "atônita".
"Anistiar o caixa dois é oportunismo puro. É afrontar a população brasileira que aplaude as operações contra a corrupção e, aà se inclui o crime de caixa dois. E articular uma medida assim neste momento é uma forma de acabar com a Lava Jato, principalmente, num instante em que o Brasil está prestes a conhecer o teor da nova avalanche de delações de executivos da Odebrecht", adiantou o lÃder.
Em nota, Jordy afirmou que a bancada votará contra a medida e que a atual legislação já é clara ao tratar o caixa 2 como irregularidade conexa a outros crimes. "Alguns tentam sustentar a tese de que nem todo dinheiro para campanha arrecadado de forma não oficial é oriundo da corrupção ou de outros crimes. E se é recurso lÃcito, por que não se contabilizou na Justiça Eleitoral? Não existe caixa dois limpo", afirmou.
O lÃder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), também se colocou contra a movimentação. "Eu não vejo chance de a anistia passar. É um tema rechaçado e a Casa não vai aguentar a pressão (da sociedade)", avaliou Efraim.
Ex-lÃder do PPS, o deputado Rubens Bueno (PR) relatou que nos bastidores discute-se em oferecer o perdão criminal. "Isso poderia beneficiar diversos polÃticos e partidos investigados pela Operação Lava Jato. Não concordamos de maneira alguma com isso. Espero que não levem essa ideia adiante e, se levarem, vamos pedir a votação nominal para que cada parlamentar deixe claro o seu voto e nenhum resultado da votação fique na penumbra", afirmou em nota.
Os articuladores da medida ainda não fecharam um texto com a proposta de anistia. Há a possibilidade da medida entrar na Reforma PolÃtica ou ser enxertado no projeto de lei que retira poder de fiscalização e de punição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em relação aos partidos polÃticos. "Eu não voto esse tipo de assunto de jeito nenhum", disse Efraim.
Fonte: Estadão Conteúdo