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08/10/2015 09h50

Descoberta altera biografia conhecida de Nhá Chica

Documento encontrado durante pesquisa para um livro sobre a família Maciel revela dados inéditos sobre a biografia da Beata de Baependi, divulgados em primeira mão pelo Correio do Papagaio.

Por Deborah Penna

 

O caxambuense Antonio Clarét Maciel Santos, advogado e pesquisador de História, estava realizando uma pesquisa para a elaboração de um livro sobre a Família Maciel quando encontrou um documento revelador: o assento de óbito de Isabel Maria, mãe de Francisca de Paula – a Nhá Chica - e seu testamento transcrito.

O documento traz à luz a data exata da morte da mãe de Nhá Chica e, através do seu testamento, alguns esclarecimentos sobre a sua família.

Os biógrafos da Beata baependiana até hoje não entraram em consenso sobre o ano da morte de sua mãe, embora haja unanimidade de que ela teria falecido em Baependi assim que lá chegara com seus dois filhos entre os anos de 1818 a 1829, deixando as crianças órfãs.

No entanto, o assento de óbito revela que Isabel Maria faleceu de febre no dia 1º de novembro de 1843, quando Nhá Chica teria já 35 anos. E o testamento, transcrito no livro eclesiástico imediatamente após o registro de falecimento, como era regra naquela época, comprova que ela era a mãe de Nhá Chica e que tinha mais dois filhos, Theotônio e Maria.

“Tal documento altera a biografia de Nhá Chica, destitui muitas informações e suposições construídas há mais de 60 anos pelos pesquisadores e estudiosos de sua vida”, explica Antonio Clarét.

O historiador, movido pela surpresa da descoberta, elaborou um pequeno livro, com distribuição gratuita, onde explica passo a passo como encontrou o documento, suas análises, repercussões e conclusões.

“Assim que ficou pronto, entreguei o livro para Dom Frei Diamantino Prata de Carvalho, o bispo da Campanha, que ressaltou estarmos trazendo fatos relevantes à história de Nhá Chica”, conta Antonio.

Entre algumas conclusões, o historiador ressalta que Isabel Maria foi sepultada no interior da Matriz de Baependi, conforme costume da época, e que era filha de Maria Joaquina Felizarda e não de Rosa Benguela, como outros biógrafos declaram.

Que, conforme elucida o testamento, a família de Nhá Chica era composta pela mãe, um genro e três filhos: Theotônio Pereira do Amaral; Maria, casada com Joam Garcia; e Francisca de Paula. Antonio Clarét observa também um detalhe no testamento de Isabel Maria: o terceiro testamenteiro é Tenente Cyprianno Pereira do Amaral, que porta o mesmo sobrenome de Theotônio.

Antonio Clarét Maciel Santos afirma que a confissão sempre foi tida como a rainha das provas e que portanto o testamento de Isabel Maria, mãe de Francisca de Paula – Nhá Chica – vem esclarecer as informações que faltavam na sua história e colocar um ponto de interrogação sobre a sua formação, que passa a ser acompanhada, até os 35 anos, por sua mãe.

“Existe um buraco de informações durante o período em que as crianças ficaram supostamente órfãs até a sua vida adulta”, explica Antonio. “Além do que, naquela época, já havia o Juiz dos Órfãos, autoridade que zelava por filhos inocentes que perdiam seus pais. Mas até hoje nenhuma prova documental que comprovasse o caso foi encontrada”, continua.

O documento esclarece dúvidas e incógnitas presentes na biografia da Beata de Baependi, porém não muda as suas realizações como devota e ‘Mãe dos Pobres’.

Toda a sua trajetória em vida adulta, ações e milagres fazem parte da sua realidade, da história de Baependi e de todo o sul de Minas.

 

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