Pitbull Zeus antes de adoecer/Foto: Divulgação
Por Jorge Marques
Uma audiência preliminar, realizada no Fórum de Carmo de Minas sobre a morte do Pitbull Zeus, aconteceu na terça-feira, 28, e tentou finalizar a questão da morte do cachorro, que foi enterrado vivo em abril deste ano. O acusado e proprietário do cão, Jamerson Ribeiro Campos, por não possuir antecedentes criminais, teve o direito de fazer uma transação penal e encerrar o processo, porém não aceitou.
Nesse caso, a transação penal consistia no depósito de R$ 600,00 em uma conta bancária do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) para ser revertido para entidades e instituições beneficentes. O valor foi estipulado pelo promotor público e o pagamento dessa importância encerraria o processo.
Durante a audiência foram expostas as opções do acusado em aceitar a transação penal ou prosseguir com o processo com o risco de ser condenado até um ano e quatro meses de reclusão. O acusado preferiu prosseguir com o processo.
“Eu sempre cuidei bem do meu cachorro. Sempre levei no veterinário e as vacinas estavam em dia. As acusações que estão no processo não procedem. Quem acessar meu Facebook na internet verá fotos do Zeus bem cuidado, bonito e saudável. Nunca enterraria meu cachorro vivo. Eu tenho como provar que eu não cometi esse crime”, afirmou Jamerson Ribeiro Campos.
De acordo com o proprietário do animal, ele tomou conhecimento da ocorrência quando chegou em casa após um dia de trabalho. “Depois que saí do trabalho resolvi ir visitar minha mãe, aí ela me falou sobre um pitbull que tinha sido enterrado vivo no bairro onde moro em Dom Viçoso. Quando olhei na internet, era o meu cão”, disse o acusado.
Jamerson Ribeiro Campos estava acompanhado na audiência pela mãe, esposa e o filho de apenas um mês de idade. “O que estão fazendo com meu marido não é justo. Ele sempre cuidou bem do cachorro. Ele amava Zeus. Depois da repercussão deste fato fiquei desempregada e meu marido está sem emprego. Se não fosse minha sogra e os amigos não teria dinheiro para comprar fraldas e comida para meu filho”, desabafou Ghabrielly Kassia Tavares de Macedo, esposa do acusado.
A audiência foi acompanhada por ativistas do grupo de voluntários amigos dos animais, Patrulha Animal. Para o grupo, a opção do acusado para prosseguimento do processo foi favorável para que a justiça seja feita.
“Ele foi frio durante a audiência. Não esboçou nenhum arrependimento ou comoção pelo fato. Vamos continuar acompanhando o processo e torcendo para que a justiça seja feita”, disse Denise Lage, ativista do Patrulha Animal.
Entenda o caso
O Pitbull Zeus foi encontrado enterrado vivo na residência do suspeito, no bairro Ponte Pedra, em Dom Viçoso. Por possuir uma denúncia por maus tratos, um rapaz de nome Juliano ia todos os dias até a casa do acusado cuidar do animal, uma vez que o quintal era aberto e de fácil acesso. No dia 29 de abril, quando chegou para cuidar de Zeus, o rapaz não o encontrou. Ao chamar pelo animal escutou uivos e, seguindo o barulho, encontrou o cachorro com a cabeça para fora da terra tentando sair da cova.
Com a ajuda do grupo Patrulha Animal foi encaminhado para cuidados em uma clínica veterinária de São Lourenço. Zeus vomitou terra e teve hipotermia (baixa temperatura corporal), não resistiu e foi a óbito.
Um inquérito foi aberto na 22ª Delegacia de Polícia Civil de Carmo de Minas e o caso foi investigado pelo delegado Márcio Ciarini. Jamerson Ribeiro Campos foi indiciado pelo crime de maus tratos aos animais em razão da morte do cão.
Grupo Patrulha Animal acompanhou a audiência/Foto: Jorge Marques