Todos os dias, a partir das 8h da manhã, Eduardo Silvério Calixto, de 43 anos desdobra-se no trabalho carregando pedras, latas de areia e tijolos. Tudo isso debaixo de sol quente. Por volta das 17h, o expediente como servente de pedreiro é encerrado e é aí que entra em cena outro Eduardo: o maratonista, que se prepara para representar o Brasil percorrer 217 quilômetros na prova Badwater, que acontece no próximo mês de julho nos Estados Unidos.
Com roupas mais leves, o morador de Santa Rita do Sapucaí (MG) sai correndo para treinar. Todos os dias corre pelo menos 1h30. Nos finais de semana, treina pelo menos cinco horas, direto. A meta é estar em forma para as próximas maratonas. Na última competição, a 9ª edição da Ultramaratona Brasil 135ele correu mais de 200 quilômetros em 25h36.
No entanto, próximo desafio será grande. A prova Badwater é considerada uma das mais duras do mundo por ser realizada sob o sol em uma temperatura de 55 graus no deserto do Vale da Morte, na Califórnia.“O convite veio durante a maratona mais recente que eu disputei. Um rapaz que organiza corridas na França me convidou para correr nos Estados Unidos, então eu corri para tirar o passaporte”, contou.
Quando começou a correr, há 16 anos, Eduardo não imaginava que seria reconhecido internacionalmente. Nas paredes da sala e na estante de casa ele existe mais de 100 medalhas e 80 troféus. “Comecei a praticar esportes porque disseram que era bom para a saúde, não sabia que conquistaria tudo isso. Estou animado com a próxima prova, afinal, a maratona de trabalho diário é a minha academia”, disse.
A família está orgulhosa. “Ele é muito esforçado e merece nosso apoio”, comentou a esposa Rita de Cássia Souza Silvério, que apesar de dar força para o marido, não está gostando muito de saber que vão ficar uma semana sem se ver. “Ele vai ficar uma semana nos Estados Unidos. Vai me deixar sozinha aqui. Eu queria ir junto”, brincou.
O filho mais novo também está contente pelo pai. “Não penso em ser corredor, mas tenho meu pai como herói. Na última maratona eu achei que ele chegaria cansado, mas nem parece que tinha corrido
Fonte G1