Os acordes familiares das músicas de Milton Nascimento, Luiz Gonzaga, Geraldo Vandré e outros renomados artistas brasileiros puderam ser ouvidos por quem passava pelo centro de São Lourenço.
Cerca de 100 detentos, entre homens e mulheres, dos regimes fechado e semiaberto, se apresentaram durante o evento. Eles integram nove corais e uma banda, todos de unidades prisionais de dez municípios da região - Baependi, Campo Belo, Caxambu, Poços de Caldas, Pouso Alegre, Três Corações, Três Pontas, Varginha, São Lourenço e Santa Rita do Sapucaí.
Para o organizador do encontro e músico referência da Superintendência de Atendimento ao Preso (Sape), José Henrique Martins, as atividades culturais são um dos caminhos para promover a ressocialização e a humanização da pena. “A arte transforma. E quando feita por detentos mostra à sociedade que todos merecem uma segunda chance”, ressaltou.
Cada grupo cantou três músicas. As apresentações duraram entre 10 e 12 minutos. O evento foi aberto pelo Coral Canção e Vida, atualmente formado por seis detentas do Presídio de Poços de Caldas. “Canário do Reino”, de Tim Maia, e “Faz um Milagre em Mim”, de Regis Danese, fizeram parte do repertório.
“O encontro mostrou que o sistema prisional também é um ambiente onde impera a arte e a cultura”, avaliou o superintendente de Atendimento ao Preso, Helil Bruzadelli, que representou a Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) no evento. “A musicalização dentro das unidades ajuda a cativar os sentimentos dos detentos e a levar emoção para todos os envolvidos”, completou. Juízes, promotores e prefeitos dos municípios da região, além dos diretores gerais dos dez presídios inscritos também estiveram presentes.