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O são-lourenciano Eduardo Rodrigues de Souza, diretor-presidente da União dos Escoteiros do Brasil - Região Minas Gerais, participou da Reunião Especial de Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, realizada no dia 14 de junho. Solicitada pelo deputado Dalmo Ribeiro, a solenidade homenageou o projeto educativo do escotismo, em comemoração aos 100 anos do movimento escotista no Brasil.
Segundo Dalmo Ribeiro, o método de educação não formal do movimento escoteiro "visa à formação de cidadãos ativos e participativos, enfatizando atividades ao ar livre, os serviços à comunidade, a vida em equipe e o desenvolvimento pessoal."
O parlamentar, que foi escoteiro em sua juventude, lembrou duas leis originadas de projetos de sua autoria em benefício ao escotismo: a Lei 15.503, de 2005, que declara de utilidade pública a União dos Escoteiros do Brasil - Região Minas Gerais; e a Lei 13.690, de 2000, que incentiva a instrução e a educação escoteira nas escolas públicas estaduais por meio do Projeto Escotismo Escola. "O escotismo faz com que os jovens conheçam os seus limites e os respeitem, aprendendo, assim, a respeitar os limites alheios", reforçou.
Após a entrega da placa de homenagem do Legislativo mineiro ao movimento escotista, o diretor-presidente da União dos Escoteiros do Brasil - Região Minas Gerais, Eduardo Rodrigues de Souza, fez um discurso em agradecimento à Casa e afirmou que "não é qualquer instituição que completa 100 anos de existência". Segundo ele, o escotismo busca formar cidadãos de bem, construtores da paz, que têm orgulho de interagir com suas comunidades, transmitindo valores positivos. "Buscamos oferecer uma educação diferenciada, onde o indivíduo é construtor de seu próprio crescimento", explicou.
Durante a solenidade houve a entrada das bandeiras dos grupos de escoteiros presentes à homenagem e a exibição de um vídeo sobre a história do movimento. Os representantes dos escoteiros fizeram também a entrega de uma placa em agradecimento à ALMG, pelo apoio ao movimento, e da Medalha de Gratidão Ouro ao deputado Dalmo Ribeiro Silva por sua atuação em defesa dos escoteiros. Dalmo e o deputado Doutor Viana também participaram da entrega do prêmio Aurélio Azevedo Marques aos escoteiros das várias regiões do Estado que se destacaram em seus grupos.
Compuseram mesa na solenidade, além dos parlamentares e do homenageado, a escoteira mais antiga em atividade em Minas Gerais, Iara Leonel Lopes; e o representante do Conselho Nacional dos Escoteiros, Paulo Henrique Maciel Barbosa.
Movimento atua em favor da paz
A contribuição do escotismo para a educação dos jovens também foi enfatizada pelo deputado Doutor Viana (DEM), que representou o presidente da ALMG, deputado Alberto Pinto Coelho (PP), na solenidade. "O escotismo, a maior modalidade de educação não formal em todo o mundo, vem se caracterizando pela pioneira impulsão ao voluntariado, ao mesmo tempo em que dá à juventude a oportunidade de se desenvolver socialmente com base no respeito, na amizade, na fraternidade e no amor ao próximo e à natureza", afirmou em seu discurso. Ele acrescentou que o movimento também tem se revelado um esforço em busca da paz e da compreensão entre as pessoas, "superando diferenças, distâncias e fronteiras", concluiu.
Um pouco de História
"O Escotismo é uma escola de cidadania
através da destreza e habilidade em assuntos mateiros."
(Robert Baden-Powell, Escotismo para Rapazes, 1908)
O escotismo foi fundado por lorde Robert Stephenson Smyth Baden-Powell, em 1907. É um movimento mundial, educacional, voluntariado, apartidário e sem fins lucrativos. Sua proposta é o desenvolvimento do jovem, por meio de um sistema de valores que prioriza a honra, baseado na Promessa e na Lei Escoteira e, através da prática do trabalho em equipe e da vida ao ar livre, fazer com que o jovem assuma seu próprio crescimento, tornando-se um exemplo de fraternidade, lealdade, altruísmo, responsabilidade, respeito e disciplina.
Na Ilha de Brownsea, no Canal da Mancha, Inglaterra, Baden-Powell realizou um acampamento com vinte jovens, de 12 a 16 anos de idade, no qual ensinou técnicas de primeiro socorros, observação, segurança e orientação, dentre outras. Como símbolo do grupo, os jovens levavam uma bandeira verde com uma flor-de-lis amarela no centro. Entusiasmado com os bons resultados deste acampamento, Baden-Powell começou a escrever o livro Escotismo para Rapazes, que foi publicado em 1908, inicialmente como seis fascículos, de janeiro a maio, vendido em bancas de jornal. Em maio do mesmo ano, foi editado como livro com ligeiras modificações.
A recepção das idéias de Baden-Powell foi tanta que, em poucas semanas, centenas de Patrulhas Escoteiras estavam formadas, praticando Escotismo. Rapidamente o movimento se espalhou por vários países do mundo, chegando à América do Sul em 1908, ao Chile.
Em 1909, mais de 10.000 jovens realizaram uma exibição de suas perícias escoteiras no famoso Palácio de Cristal, em Londres. Nem mesmo a chuva e o frio, naquela manhã do dia 4 de setembro, puderam arrefecer o entusiasmo deles. Nesta reunião histórica, os rapazes formavam a maioria.
Foi em 1916 que, a pedido das crianças menores que queriam fazer parte do Movimento Escoteiro, Baden-Powell criou o Ramo Lobinho, baseado no Livro do Jângal, de Rudyard Kipling, com auxílio de sua irmã, Agnes.
A última presença pública de Baden-Powell para os escoteiros foi em 1937, no Quinto Jamboree Mundial, em Vogelezang, Holanda, depois viajou para o Quênia, onde fixou residência em 1938 juntamente com Lady Olave até sua morte.
O movimento chegou ao Brasil em 1910, por intermédio de oficiais e praças da Marinha Brasileira que estavam na Europa e se impressionaram com a nova metodologia de educação complementar proporcionada pelo movimento. Esses oficiais fundaram, no dia 14 de junho de 1910, no Rio de Janeiro, o primeiro grupo de escoteiros brasileiros.
