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São Lourenço
21/07/2010 15h31

São Lourenço sedia III Etapa do Sul Mineiro de Parapente

São Lourenço sedia III Etapa do Sul Mineiro de Parapente

"Voar, voar... Subir, subir...

Ir por onde for, descer até o céu..."

(Sonho de Ícaro, Biafra)

 

Entre os dias 26 e 27 de junho, a cidade de São Lourenço recebeu mais de 215 pilotos de paraglider, durante a realização da terceira etapa do Circuito Sul Mineiro de Parapente. O encontro reuniu competidores de várias localidades do país, como Rio Grande do Sul, Amazonas, Nordeste, Pará, dentre outros. Entre os participantes, nomes consagrados como Frank Brow e Marcelo Prieto (Cecéu) – dois recordistas mundiais que em 2007, junto com Rafael Saladini, bateram o recorde mundial de distância: 461,6 km ininterruptos. Os três voaram dez horas seguidas, cada um em seu parapente, decolando de Quixadá (CE) e pousando num campinho de futebol do vilarejo de Santana Velha (MA). Outra atração muito especial foi o mineiro Célio Luiz da Silva, ou Celinho do Urubu, e sua inseparável companheira de vôos há sete anos: a urubu fêmea Loira. O evento também contou com a participação do piloto campeão das Américas, e do também praticante de paraglider, Fernando Pradi, da Sol Paragliders (Jaraguá do Sul, SC) – única e consagrada fábrica de paragliders do Brasil, presente em 120 países.

Segundo o empresário Maurício de Souza Morais, um dos organizadores da prova em São Lourenço, a qualidade da infraestrutura oferecida aos competidores, bem como a boa localização da rampa e as opções de hotéis, lazer e comércio local, são fatores importantes que colocam São Lourenço como referencial de organização em nível nacional.

Praticante e apaixonado pelo esporte há aproximadamente três anos, Maurício encontrou no vôo uma opção – não apenas de combater e descarregar a carga de estresse imposta pela correria do trabalho, como também a superação de alguns questionamentos interiores – em contato direto com a natureza, o que lhe proporciona uma sensação única que ele define como “indescritível”. Ano passado, por intermédio de um amigo e também piloto de parapente, surgiu a oportunidade de trazer uma etapa do Circuito Sul Mineiro para São Lourenço. Juntamente com outros colegas, Maurício aceitou o desafio. Segundo ele, o retorno foi excelente e marcou o pontapé inicial que colocou, pelo segundo ano consecutivo, a cidade no cenário nacional,o que possibilitou o acesso e intercâmbio com empresas parceiras. “Ano passado nós tivemos a participação de aproximadamente 90 pilotos. Neste ano, por uma questão de segurança, nós optamos em encerrar as vagas com120 competidores”, conta Morais.

 

Estrutura da competição

De forma simplificada, uma prova de paraglider consiste em cada piloto – guiado por instrumentos de navegação, como o GPS, e em observação ao regulamento em vigor – buscar percorrer uma rota de coordenadas, previamente estabelecidas, até o ponto final ou goal, dentro de um determinado horário denominado “janela”, sem pousar a vela e no menor tempo possível. A pontuação geral é obtida pela soma dos pontos da distância percorrida em menor tempo.

As provas são dividas em quatro categorias: Open, Serial, Sport e Feminino.

O Circuito Sul Mineiro é dividido em quatro etapas ao longo do ano. A primeira etapa aconteceu em Serra da Moeda (24 e 25/04), a segunda foi em Córrego do Bom Jesus (22 e 23/05), a terceira em São Lourenço (26 e 27/06), e a quarta etapa será em Poços de Caldas, nos dias 31 de julho e 1° de agosto.

Regra de segurança indispensável, todo piloto deve voar com um capacete, pára-quedas de emergência, rádio comunicador e GPS.

 

Paciência, discernimento e prudência

Segundo a ABP (Associação Brasileira de Parapente), “o parapente é provavelmente a forma mais pura que um ser humano pode utilizar para voar. É silencioso e prático: com um equipamento feito essencialmente de tecido e linhas, o piloto voa por distâncias enormes. Onde ele pousar, basta dobrar o equipamento, colocar na mochila e sair andando”.

Em condições normais, um paraglider pode chegar a mais de 3 mil metros de altitude em relação ao nível do mar.

Assim como todo esporte, voar também envolve riscos. Porém, muitos acidentes e incidentes podem ser evitados a partir de atitudes de prudência e tomando-se as devidas precauções, através do investimento permanente em cursos e treinamentos preventivos e de qualificação.

Semelhante a uma aeronave, para pilotar um parapente é necessário freqüentar escolas e cursos especializados para obter a carteira de habilitação para vôo. Em média o curso dura de 6 meses a 1 ano. Esse período pode variar dependendo da evolução de aprendizado de cada aluno, condições meteorológicas e da quantidade de aulas por semana.

Maurício ressalta que, acima de tudo, voar exige paciência, discernimento e prudência. “Muitas pessoas, na euforia de querer voar logo, acabam arriscando a própria vida ao pularem etapas importantes do curso. É preciso ter ciência que, somente após dois ou três anos, é que se começa a adquirir experiência e entender o mecanismo do vôo livre. Afinal, lá em cima, nós convivemos e estamos sujeitos às leis da natureza”, enfatiza.

Após a obtenção da carteira, o futuro piloto precisa fazer um curso preventivo – tão importante quanto o curso de formação. O SIV (Simulação de Incidentes de Vôo) é um curso avançado de pilotagem de parapentes que objetiva preparar o piloto para administrar, em vôo, situações de imprevistos. O curso permite aos praticantes o contato com situações anormais de vôo (fechadas, orelhas e outros), manobras arriscadas e procedimentos de segurança. Todas as simulações são realizadas em cima da água, com pára-quedas reserva e orientação monitorada, oferecendo total segurança ao aluno.

Em São Lourenço, é norma no Estatuto do Clube de Parapente que após a conclusão do curso, todo piloto faça o SIV, sob pena de ser desqualificado da rampa local.

Para os interessados em praticar parapente, Maurício esclarece que os investimentos iniciais com o curso giram em torno de R$ 1.500,00. Já em relação ao equipamento completo, semi-novo, o investimento é de aproximadamente R$ 10 mil. Mais informações podem ser obtidas na escola Fly Adventure, credenciada pela ABP, com Rodrigo: (35) (35) 3332-7607  /  (35) 8856-7338; pelo e-mail: fly_adventure@hotmail.com; ou ainda pelo site: http://www.flyadventure.esp.br.

Atualmente, São Lourenço possui 47 pilotos formados.

 

O Parapente, nome de origem francesa, também conhecido como Paraglider nos países de língua inglesa, teve sua origem ligada ao paraquedismo e desenvolveu-se na Europa quando passou a ser utilizado por alpinistas para descer mais rapidamente as montanhas após sua escalada.

 

O primeiro vôo de Parapente que se tem registro no Brasil foi em 1988, no Rio de Janeiro, onde dois pilotos suíços decolaram da rampa da Pedra Bonita, já utilizada ateriormente por praticantes de asa-delta. A novidade atraiu a atenção de alguns cariocas fascinados pelo vôo-livre, formando-se o primeiro grupo de pilotos brasileiros.

 

O Vôo Livre vem sendo praticado nos céus do Brasil desde a década de 70. Tudo começou quando em julho de 1974 um piloto francês, Stephan Segonzac, fez um vôo do alto do Corcovado no Rio de Janeiro. A façanha despertou a atenção de muitas pessoas e logo surgiram os primeiros interessados em aprender a arte de voar.

 

O Parapente surgiu no Brasil em meados da década de 80. As primeiras experiências foram realizadas por pára-quedistas que adaptaram seus pára-quedas para decolar de encostas. Alguns destes vôos foram realizados em 1986, a partir da Pedra da Gávea e com pouso na Praia do Pepino, em São Conrado.

 

Em 1988, o suiço François Knebel trouxe o primeiro parapente para o Brasil e ensinou alguns alpinistas, pára-quedistas e voadores de asa que começaram a voar da rampa da Pedra Bonita. Os primeiros pilotos brasileiros de parapente foram Ruy Marra, Bruno Menescal, Daniel Schmidt, Luiz Otávio Menezes Filho, Patrick Bredel, Antônio Lage e Andréa Lima Duarte.

 

Aprender a pilotar um parapente ou uma asa delta requer disciplina e uma base teórica sólida, com noções de física, metereologia, aerodinâmica, pilotagem, aerologia. 

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