10:16hs
Segunda Feira, 03 de Junho de 2024
São Vicente de Minas - Notícias
30/04/2015 18h29

Personagens que fazem parte da Nossa História - Nélson Flauzino da Fonseca

Grande homem, que marcou época em São Vicente de Minas.

Por Leila Farage Fonseca

 

Nasceu em 27 de fevereiro de 1921. Seu pai, Capitão Flauzino da Rosa Lucinda foi casado duas vezes e pai de 24 filhos. Sua mãe, Jacinta Cândida Ribeiro Fonseca, era a segunda esposa. Passou a infância e a juventude na fazenda do pai, nas beiradas do Rio Aiuruoca, Município de Andrelândia.  Casou-se em 24/05/1948 com Margarida Farage Fonseca. Tiveram nove filhos: José, Antônio Cézar, Maria Bernadete, Leila, Rosa, Nélson, Francisco, Carlos e Alexandre.  Trabalhou muitos anos na pecuária leiteira em seu sítio que herdou do pai.  Não vislumbrando um futuro promissor na atividade e necessitando estudar os filhos, vendeu sua herança e mudou-se para São Vicente. Comprou a Chácara onde hoje é o Residencial Marista, posteriormente vendida aos Irmãos. Nesse tempo, década de 1960, trabalhou com o Zé Horácio comprando e levando gado para o Estado do Rio e também em Quatis/RJ, nas granjas de frangos dos primos Chico e Luis Fonseca. No início dos anos 1970 começou as atividades que mais engrandeceriam sua trajetória e o marcariam na história vicenciana: trabalhar no São Vicente Esporte Clube e na Escola Normal Santa Maria. Nesses trabalhos, convivendo durante praticamente  duas décadas com milhares de crianças e jovens no que lhes é mais caro, a educação e o esporte , foi conselheiro, amigo, exemplo, e por que não dizer, um pai rigoroso e ao mesmo tempo compreensivo prá todos. Com ele não havia proteção e distinção. O pobre e o rico, o parente e o distante, o correligionário e o adversário, todos eram tratados rigorosamente do mesmo modo.  Exemplificando, na Hangarana todo mundo tinha que lavar o pé até ficar limpíssimo prá entrar na piscina; na Santa Maria, qualquer um que fugisse era encaminhado prá Diretoria. Eis o depoimento de um jovem sobrinho na época de sua morte:

“O meu Tio Nelson, é o tio Nelson ou o seu Nelson de uma geração inteira desta São Vicente. Sua presença se confunde com a história de cada um de nós. Quem viveu sua adolescência nos primeiros tempos da Hangarana, quem teve a oportunidade de estudar na saudosa Escola Santa Maria, com certeza, sabe do que estou falando. Num tempo em que São Vicente não conhecia uma piscina social, os pais não se preocupavam em deixar seus filhos passarem o dia no clube, porque sabiam da presença firme e exigente do tio Nelson. Na Escola Santa Maria, quanta disciplina! Os estudos eram levados muito a sério. E mais uma vez a presença do tio Nelson fazia a diferença. Viveu a vida do sentinela. E como dizem as Escrituras “O vigilante é aquele que aguarda a aurora para dar conta do seu trabalho ao Senhor, Seu Administrador”. E tio Nelson  foi este guardião das crianças e jovens por duas décadas, tanto no clube quanto na Escola Santa Maria. Hoje, enquanto pais e educadores, conhecendo as dificuldades que a sociedade está vivendo para bem educar nossas crianças e jovens, a gente consegue avaliar o que a presença do tio Nelson significou na educação de minha geração, aqui em São Vicente. Aprendemos o respeito às regras, o limite nas atitudes, sem nenhuma concessão aos filhos e sobrinhos. Tio Nelson não precisou de altos cargos, nem de bens materiais, para nos deixar uma grata lembrança e uma grande saudade. Saudades de um homem firme, mas ao mesmo tempo terno e amigo. Lembranças de seus muitos casos e seus exemplos de homem honrado.”

Em meados dos anos 1980, início dos anos 1990, aposentou-se. Seus divertimentos durante a vida foram o baralho (canastra, buraco e principalmente poker) , uma boa pescaria (era exímio batedor de balaio), o futebol (torcedor do Botafogo e do SVEC), dançar (um verdadeiro pé de valsa) além de um destilado e um cigarrinho acompanhado de uma boa música com os amigos. Era Católico praticante sem ser carola. Levou uma vida dura, sacrificada e feliz com a companheira de uma vida toda, Margarida, que muito o ajudou nessa caminhada. Teve as bênçãos de celebrar Bodas de Ouro, de ver os filhos encaminhados, os netos crescidos lhe fazendo companhia durante sua última etapa da vida. Faleceu em 14/05/2005, aos 84 anos. Deixou exemplo de honradez, simplicidade e dignidade. Seu lema era , repetido à exaustão prá que não esquecêssemos: DIZ-ME COM QUE ANDAS QUE EU TE DIREI QUEM ÉS.

 

PUBLICIDADES
SIGA-NOS
CONTATO
Telefone: (35) 99965-4038
E-mail: comercial@correiodopapagaio.com.br