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27/08/2014 11h40

Retrospectiva do 'Rumos Visuais' elege marcos

De 1998 a 2013, o programa de fomento Rumos Artes Visuais Itaú Cultural rastreou 400 artistas de todo Brasil, 35 dos quais estão reunidos na exposição Singularidades/Anotações, alguns já com carreira internacional, como a pintora e escultora Tatiana Blass, que, aos 35 anos, conquistou prêmios importantes no estrangeiro, e o fotógrafo Rodrigo Braga, cujo trabalho, marcado pelo choque - imagens da relação ancestral homem/natureza - já foi exposto em lugares como a Maison Européenne de la Photographie, em Paris. Os dois foram selecionados com mais 33 artistas para a mostra organizada pelos curadores Aracy Amaral, Paulo Miyada e Regina Silveira, que será aberta nesta quarta-feira, 27, no Itaú Cultural. Eles escolheram 60 obras que em 2015, viajarão pelo Rio, Belo Horizonte e Fortaleza. Dez dos participantes vão ministrar workshops em várias cidades do País, mantendo a tradição do programa, a de promover o intercâmbio entre artistas.

Graças ao Rumos, alguns criadores com dificuldades de mostrar seus trabalhos, em virtude dos locais onde moram, puderam alcançar o eixo Rio-São Paulo - ainda o principal no mercado pelo número de instituições e galerias. Os curadores lembram, de imediato, dois nomes, o do cearense Vitor César, desde 2006 radicado em São Paulo, e o paulistano Yuri Firmeza, que se mudou para o Ceará, desenvolvendo seu trabalho no Nordeste, mas expondo regularmente na Capital (ele participa da 31.ª Bienal em setembro).

Não só artistas, mas jovens curadores foram introduzidos no circuito pelo Rumos. Aracy Amaral e Regina Silveira lembram que o pernambucano Moacir dos Anjos, um dos curadores da 29.ª Bienal de São Paulo, começou sua carreira ingressando no programa. “Nos outros Estados não havia nada parecido e o Rumos fez com que Belo Horizonte e Curitiba, por exemplo, criassem programas para jovens artistas”, completa o curador Paulo Miyada.

A linha curatorial não teve, contudo, a preocupação de estabelecer uma simetria regional. O critério, como sugere o título da exposição, foi a singularidade dos artistas, confirma a curadora Regina Silveira. De fato, não seria possível identificar uma tendência dominante depois de uma visita à mostra, considerando a diversidade de linguagens e técnicas - da pintura ao vídeo, passando por peças de alta tecnologia e instalações. No último caso está a obra A Espera (foto maior desta página), da dupla Leandro Lima e Gisela Motta, concebida no ano passado, que projeta sombras de um homem e uma mulher sentados em dois bancos de aço carbono.

A alta tecnologia está presente em obras como Arvorar, de Katia Maciel, em que o espectador sopra no bocal do microfone e as folhas de uma projeção começam a se mexer, ou na peça concebida por Lucas Bambozi, Obsolescence Trimmer (2012), que convida o visitante a manipular seu celular e ver diante de uma tela a imagem de centenas de telefones portáteis sendo destruídos pelo campo magnético gerado no ambiente. É, ao mesmo tempo, um manifesto contra o excesso de comunicação (sem qualidade) no mundo contemporâneo e contra o celular, diz Bambozi.

A questão do simulacro, que tanto preocupa a nova geração de artistas, está presente em obras como as fotografias da jovem Sofia Borges, paulistana de 30 anos que, na série Theater, deste ano, usa imagens copiadas e recicladas de desenhos, criando peças ambíguas que se assemelham a telas pintadas. A mostra traz também Autoridade, um dos primeiros trabalhos do veterano Caio Reisewitz, paulistano de 47 anos, criado para o primeiro Rumos, em 1998. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

fonte: Estadão Conteudo

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