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Variedades
27/07/2015 13h05

Sucesso de 'Alice' levou história também ao teatro

Quando Alice encontrou o Chapeleiro Maluco e o Coelho, ela descobriu uma outra forma de contar o tempo. O longa-metragem da Disney mostrava uma mesa de chá de 'desaniversário' (neologismo criado pelo autor). A explicação era simples - um presente que se ganha quando não é seu aniversário - e lógica - se o ano tem 365 dias e apenas um dia de aniversário, logo, subtrai-se 1 de 365 e terá a quantidade de 'desaniversários'. O jogo maluco de Carroll pode emular as maneiras de se adaptar a obra literária. Ao considerar o livro como o aniversário, o teatro pode, tal como o cinema, ser um 'desaniversário'. "No cinema, por exemplo, existe essa infinitude da obra, você pode assistir em qualquer momento. No teatro, não. O teatro é vida condensada", conta o ator Beto Militani que interpreta Carroll no espetáculo As Aventuras de Alice no País das Maravilhas do grupo mineiro Giramundo. A peça integra técnicas de stop motion, cinema, e mais 55 bonecos ao lado do ator.

Para compor seu personagem, ele tomou um caminho inverso e se aproximou mais do Dodgson, o professor de matemática. "Eu aproveitei que nós nos parecemos um pouco fisicamente. Pesquisei como ele andava e como se comportava nas fotos."

Outra escolha inusitada foi uma mulher interpretar o papel do Chapeleiro Maluco. "A figura ficou bastante andrógina e era muito interessante", relembra a atriz Patricia Selonk da paranaense Armazém Cia de Teatro. Encenada em 1999, a peça Alice Através do Espelho funcionava como uma caixa composta por cortinas que abriam e fechavam formando salas, jardins e labirintos. "No início, era oferecido um chá misterioso para a plateia e algumas pessoas ficavam em dúvida sobre o que era aquilo. Um tempo depois, os atores perguntavam se o chá estava fazendo efeito." Explica: "A intenção era que todos pudessem ser como Alice".

Embora estejam ensaiando para um novo espetáculo, o grupo mantém o desejo de reingressar no País das Maravilhas. "O jogo de adentrar esse universo muito doido nos faz sair energizados. Carroll é um prato cheio para o teatro."

Fonte: Estadão Conteúdo
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